A natureza é
sábia, tudo nela tem uma finalidade. Quando a contrariamos, ela nos dá
respostas nem sempre agradáveis.
O que um oftalmologista falaria de nossos
olhos? Por eles nós podemos ver, existe todo um aparato no globo ocular e no
cérebro que nos leva a vislumbrar o que existe. Mas os olhos vão além do ver,
expressam emoções, sentimentos, paixões…
O que um ortopedista falaria do aparelho que
nós somos? Pés que têm estrutura para suportar um corpo, que dão equilíbrio ao
ser humano pelo seu formato e estrutura. Também são aqueles que nos conduzem
pelo caminho da vida, caminho de compromisso, caminho de edificação, mas que
pode se tornar caminho de irresponsabilidade e de desestruturação do humano…
Da mesma forma, um cardiologista poderia falar
do músculo essencial do nosso organismo, o coração. Mais do que bombear o
sangue, ele é sede de emoções, sente e ressente as dores e alegrias, angústias
e esperanças.
Enfim, tudo em nós tem um sentido, uma
finalidade precisa, que vai além do que podemos perceber. Somos marcados pela
Eternidade, não é à toa que somos “imagens do Criador”.
Pois bem, para
que servem a nossa sexualidade e a nossa afetividade? Como pessoas, somos razão
e afeto, somos hormônios e neurônios, somos identidade (ser único e
irrepetível) e alteridade (abertura para os outros). Ou nossa sexualidade e
nossa afetividade nos humanizam de verdade ou nos degradam no mais íntimo do
que somos. São meios de comunhão e de preservação da espécie, e não
simplesmente instrumentos de prazer ou objetos de consumo.
Quando a
humanidade toma esse caminho subjetivo, relativista, utilitarista e consumista,
transformamos o que temos de mais forte nos nossos impulsos e pulsões em puro
instinto e diversão. Seria esse o caminho?
Uma sexualidade integrada e uma afetividade
bem trabalhada constroem um mundo melhor. A finalidade da sexualidade humana é
unir homem e mulher; é preservar o que somos de melhor, deixando os filhos,
encarnação do amor, como continuadores da história. Se brincarmos com essa
realidade, se leiloarmos o que temos de mais precioso e nos identifica, que
resposta teremos da natureza?
Mas a pessoa que está se leiloando (pois não
somos departamentos estanques, somos por inteiro) pensa em transformar a
arrecadação em caridade para os pobres. Ora, os fins não justificam os meios.
Vale a pena continuar levando a sério essa máxima, pois, do contrário,
justificaríamos inúmeras atrocidades ocorridas na história.
Com este artigo
quero apenas fazer pensar! Continue a reflexão! Pense em escutar o que seu
corpo diz, pois também nele você é imagem e semelhança Daquele que, desde toda
a eternidade, pensou em você!
Por Pe. Rinaldo
Roberto de Rezende
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