terça-feira, 9 de outubro de 2012

Leiloar a virgindade


A natureza é sábia, tudo nela tem uma finalidade. Quando a contrariamos, ela nos dá respostas nem sempre agradáveis.
 O que um oftalmologista falaria de nossos olhos? Por eles nós podemos ver, existe todo um aparato no globo ocular e no cérebro que nos leva a vislumbrar o que existe. Mas os olhos vão além do ver, expressam emoções, sentimentos, paixões…
 O que um ortopedista falaria do aparelho que nós somos? Pés que têm estrutura para suportar um corpo, que dão equilíbrio ao ser humano pelo seu formato e estrutura. Também são aqueles que nos conduzem pelo caminho da vida, caminho de compromisso, caminho de edificação, mas que pode se tornar caminho de irresponsabilidade e de desestruturação do humano…
 Da mesma forma, um cardiologista poderia falar do músculo essencial do nosso organismo, o coração. Mais do que bombear o sangue, ele é sede de emoções, sente e ressente as dores e alegrias, angústias e esperanças.
 Enfim, tudo em nós tem um sentido, uma finalidade precisa, que vai além do que podemos perceber. Somos marcados pela Eternidade, não é à toa que somos “imagens do Criador”.
Pois bem, para que servem a nossa sexualidade e a nossa afetividade? Como pessoas, somos razão e afeto, somos hormônios e neurônios, somos identidade (ser único e irrepetível) e alteridade (abertura para os outros). Ou nossa sexualidade e nossa afetividade nos humanizam de verdade ou nos degradam no mais íntimo do que somos. São meios de comunhão e de preservação da espécie, e não simplesmente instrumentos de prazer ou objetos de consumo.
Quando a humanidade toma esse caminho subjetivo, relativista, utilitarista e consumista, transformamos o que temos de mais forte nos nossos impulsos e pulsões em puro instinto e diversão. Seria esse o caminho?
 Uma sexualidade integrada e uma afetividade bem trabalhada constroem um mundo melhor. A finalidade da sexualidade humana é unir homem e mulher; é preservar o que somos de melhor, deixando os filhos, encarnação do amor, como continuadores da história. Se brincarmos com essa realidade, se leiloarmos o que temos de mais precioso e nos identifica, que resposta teremos da natureza?
 Mas a pessoa que está se leiloando (pois não somos departamentos estanques, somos por inteiro) pensa em transformar a arrecadação em caridade para os pobres. Ora, os fins não justificam os meios. Vale a pena continuar levando a sério essa máxima, pois, do contrário, justificaríamos inúmeras atrocidades ocorridas na história.
Com este artigo quero apenas fazer pensar! Continue a reflexão! Pense em escutar o que seu corpo diz, pois também nele você é imagem e semelhança Daquele que, desde toda a eternidade, pensou em você! 

Por Pe. Rinaldo Roberto de Rezende
 
 

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