Vamos
iniciar esta meditação de hoje com um pouco de doutrina. Primeiro vamos
responder a esta pergunta: O que é o
pecado? Eis o que diz o Catecismo da Igreja Católica: pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência
reta; é uma falta ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por
causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade
humana. Foi definido como uma palavra, um ato ou um desejo contrário à lei
eterna. Sabemos também que o pecado ele
pode ser venial, ou mortal.
Pecado venial – Os pecados veniais são aqueles
“leves”. São pequenas faltas morais como dizer uma mentira sem maior
importância, omitir algum fato também sem grande importância. Ele não apaga a
graça em nossa alma, mas de qualquer forma nos afasta do amor e da misericórdia
de Deus. Saiba que os pecados veniais,
quando não se luta para evita-los, ou quando não se tem uma verdadeira
contrição, causam um grande mal a alma, inclinando-nos para o pecado mortal.
Pecado mortal – é pecado mortal todo pecado que é
cometido com plena consciência e deliberadamente e tem como objeto matéria
grave, que é precisada pelos 10 mandamentos. Precisa ter pleno conhecimento e
consentimento.
Buscar
a santidade é dizer não ao pecado, e lutar contra o pecado é algo que
precisamos fazer diariamente. São Josemaria nos diz em um ponto de Caminho o
seguinte: “só há um mal que deverás temer e evitar com a graça, o pecado.” Uma
cena que devemos recordar muitas vezes é a Paixão de Cristo, principalmente
quando as tentações se tornarem muito fortes, afinal Jesus morreu ali por conta
das nossas faltas. Meditar nesta cena fará com que detestemos o pecado, nos
ajudará a fugir de tudo aquilo que nos impede de sermos mais santos.
Como
eu disse a luta contra o pecado é constante, por isso seria muito bom se você todos
os dias fizesse o exame de consciência, eu falei isto no primeiro programa e é
bom que repita. É preciso buscar mesmo de todo o coração olhar para o dia que
passou e poder reconhecer aquilo que não agradou o coração de Deus. Se
pudéssemos enxergar o que um pecado provoca na nossa alma, com certeza faríamos
de tudo para evitá-lo. Com o exame poderemos ver a resposta diária que estamos
dando a Deus, ao nosso chamado.
Poderemos também pedir perdão por aquilo em que não fomos fiéis e forças
para recomeçar. Neste exame que deve ser diário, veremos com mais clareza
aquele pecado em que mais caímos facilmente, poderemos nos conhecer melhor e
com a graça de Deus aprender a dizer não. Dizer não ao pecado é dizer sim a
Deus, é mostrar de uma forma concreta que o amamos.
É
com certeza uma boa forma de nos conhecermos melhor, porém não pense que o
conhecimento próprio seja algo fácil. Por vezes o demônio vai querer fechar os
nossos olhos para as nossas fraquezas, fazendo-nos achar que são de pouca
importância e assim não iremos querer aprofundar na raiz do problema. Mas é
preciso ir ao fundo se queremos realmente colocar um ponto final em tais
situações. Para fazer um bom exame será preciso uma sinceridade muito grande,
uma coragem profunda para podermos enfrentar a verdade no mais íntimo do nosso coração,
porque existem coisas que não queremos ver, assumir.
Faça
do exame de consciência um diálogo entre você e Deus e por este motivo, antes
de inicia-lo, coloque-se na presença dEle. Peça a Deus para que abra os seus
olhos, que te dê luz para perceber o que te separa dEle, forças para arrancar
aquilo que precisa ser lançado fora. É preciso que haja realmente uma dor dos
pecados, por te ofendido a Deus, pois é esta contrição que te ajudará a não
cair mais nestas ciladas. Não busque nestes momentos encontrar justificativas
para o seu pecado, dizendo a Deus: Senhor, eu pequei porque fulano me fez
cair.. ou então: Jesus, eu não pude evitar por conta disso ou daquilo. Não
minta pra você mesmo. Sempre podemos dizer não ao pecado. Se você colocar isso
dentro do seu coração, e buscar todos os dias uma mudança de vida, você vai ver
que aquilo que antes era um peso, que não conseguia evitar, já não tem tanta
força. Não só o exame diário, mas também a confissão frequente são ótimos meios
pra te ajudar a vencer este mal. E falando em confissão, gente escuta o
seguinte: não tenta enrolar o padre. Não fica procurando uma maneira bonita de
dizer algo que você fez e que todo mundo sabe que é feio, que é pecado. Ah eu
não consigo falar..., então escreva. É como aquela historinha que todo mundo
conhece, do homem que foi se confessar e disse: Padre eu roubei uma corda. Mas
roubar uma corda não é tão grave filho. Mas padre é que não ponta da corda
havia um burro. Bom, meu filho aí a coisa já se torna mais complicada. E o burro
seu padre tava puxando uma carroça. Ahh então você roubou uma burro com uma
carroça? É seu Padre, mas em cima da carroça tava a mulher do dono do burro. Ou
seja, vá direto ao ponto. Não adianta chegar lá e dizer: Padre eu pequei contra
a castidade... porque você pode pecar contra a castidade de várias formas. É
preciso dizer exatamente aquilo que você fez.
Não
podemos dizer que amamos a Deus, se não nos importamos como o ofendemos, se não
procuramos de alguma forma reparar as feridas que lhe causamos. Estaríamos
agindo de forma dupla e não pode haver duplicidade se queremos de fato servir a
Deus. Temos que ter aversão ao pecado, não podemos nos contentar com uma vida e
um amor medíocres. As vezes estamos
caminhando tão bem e de repente caimos. E por conta desta queda nos
entristecemos. Saiba também que a tristeza é aliada do inimigo. Outro dia li
que“Uma
alma triste esta a mercê de muitas tentações. Quantos pecados tiveram a origem
na tristeza. Quantos ideais ela destruiu. Se sentimos alguma vez a sua mordida,
examinemos na oração qual é a causa e descobriremos muitas vezes que é falta de
generosidade com Deus e com os outros.” A tristeza nos abate, nos deixa
fracos, vulneráveis e aí nos tornamos presas facéis do inimigo. Portanto não se
permita ficar assim, lute, reze, procure orientação, mas não deixe a tristeza
se abater sobre você. E o orgulho?? Como é difícil assumirmos que somos
orgulhosos. Mas me diz aí quantas vezes você quis enxergar, agir diferente e
não conseguiu porque o seu orgulho falou mais alto dizendo que você estava
certo, coberto de razão. Quantas vezes deixou de fazer um bem porque julgou que
o outro não era merecedor. Podemos ver claramente em muitas situações o quanto
o nosso amor ainda é medido. Sabe do que precisamos nestes momentos? De
humildade e olha que não é fácil. Responde aí: Sou paciente com as faltas e
erros dos outros? Sei suportar as críticas? Acredite, estas duas perguntas já
nos dirão muita coisa. No livro “Não vos preocupeis”, diz assim:
Caridade, paciência e serenidade: se as possuo , é que sou humilde, e se sou
humilde serei forte ao memso tempo. Quem é vulnerável e fraco é orgulhoso.”
É preciso lutar contra os defeitos e
adquirir as virtudes, se não houver ao menos esse desejo, vai ser muito difícil
ter um crescimento espiritual e um verdadeiro amor a Deus. Nós temos a riqueza
do Sacramento da Confissão, através dele podemos lavar a nossa alma daquilo que
nos separa de Deus. Depois de se ter confessado, você pode se fortalecer ainda
mais com o Sacramento da Eucaristia e com Ele sermos um. Como diz a letra
daquela canção: Ser um só coração meu
Senhor, o mesmo sangue nas veias Senhor. E estando unido a Ti, esquecer-me de
mim, concedei que eu fique eternamente assim. É preciso mesmo que nos
esqueçamos de nós, porque só assim veremos a Deus. Quem olha muito pra si, não
tem tempo de olhar para o próximo e nem para Deus, mesmo porque muitas vezes
olhar para o próximo é olhar para Deus. É Ele se revelando a nós através de
alguém. Lembra-se daquela passagem em que Jesus nos diz: tive fome e me deste
de comer, tive sede e me deste de beber... Cada vez que fazemos isto a alguém,
é a Ele que estamos fazendo. Detestar o pecado é um dos passos que você pode
dar para buscar a sua santidade.